O último relatório do painel do IPCC – o órgão das Nações Unidas que reúne os principais cientistas do mundo sobre mudanças climáticas – destaca a importância do planejamento urbano.

Ele afirma que a adoção de políticas de uso da terra que levem a um CRESCIMENTO urbano mais COMPACTO e eficiente em recursos, por meio de MAIOR DENSIDADE residencial e de empregos, USO MISTO do solo e DESENVOLVIMENTO orientado ao TRANSPORTE, poderia reduzir as emissões de GEE em 25% até 2050.

Eis aqui uma oportunidade e tanto para a gente valorizar a atividade que é de nós - arquitetos e urbanistas - de direito, mas para a qual não damos importância adequada, nem fazemos uso suficiente.

Discutir o planejamento urbano significa conversar sobre a cidade e seus valores. Sobre os valores com os quais uma sociedade preserva, mantém e desenvolve a cidade que habita.

Para mim, como arquiteto e urbanista, e também como cidadão, é uma discussão essencial sobre a vitalidade das cidades que requer muita sensibilidade, mas também - responsabilidade.

Sensibilidade para a necessidade do maior possível número de pessoas de forma inclusiva e democrática que habita centralidade urbana e a responsabilidade com recursos finitos do solo urbano que temos, para nele manifestar a nossa vida.

Afinal, o modo como moldamos as nossas cidades é a manifestação do tipo de humanidade que queremos ser.