ARSENIC ARQUITETOS ASSOCIADOS

Projeto Finalista 3º Weefor ARQ

O 3º WeeFor ARQ, teve 186 inscritos de 18 estados do Brasil, 30 projetos foram selecionados para a final.

Nosso projeto foi finalista, o único escritório de Minas Gerais entre os 30 selecionados. Além disso, conquistamos mais de 950 votos na escolha popular!

O concurso que está mudando a forma de fazer cidade no Brasil

Idealizado pela incorporadora Weefor, sob a liderança da visionária Maria Eugenia Fornea, o concurso Weefor ARQ é referência em arquitetura disruptiva e desenvolvimento urbano sustentável.

A Weefor valoriza ideias que combinam arte, cidade, natureza e inovação — e é nesse contexto que apresentamos nossa proposta.

Cidades só existem enquanto vivas, em constante mutação. É nesse bem-vindo contexto de transformação que o terreno, a partir deste concurso, propõe-se a ser reinventado para que reinserido no novo tecido urbano proposto pela mutação do bairro, dessa vez consolidando-se com uso predominantemente residencial.

Em harmonia poética com a indústria, baseada em transformação e que anteriormente estava instalada no mesmo local, o edifício propõe-se a ser um novo marco nesse território com a transformação e com o uso do próprio terreno.
Todos os ambientes (exceto banheiros) voltados para fora com vista livre;

Para mantermos essa memória, sobretudo subjetiva, é preciso ressignificar o terreno: se, antes, ele era ocupado por uma fábrica – hermética por sua própria natureza, poluente, fonte de ruído e pouco colaborativa com qualquer tecido residencial –, agora, com este projeto, ele se torna a antítese: aberto, poroso, convidativo, ensolarado, verde e, principalmente, símbolo de uma transformação topofílica dessa nova etapa do bairro.

Partindo de forma pragmática e atendendo as demandas exigidas pelo edital, bem como respeitando o fato óbvio de que um edifício residencial precisa servir e criar as melhores unidades residenciais possíveis, o projeto consolida-se com uma implantação cujas principais tônicas durante o processo de concepção são:

Todos os ambientes (exceto banheiros) voltados para fora com vista livre;
Todas as unidades, impreterivelmente, com um turno completo de exposição ao sol em todos os seus ambientes habitados (salas e quartos)
Dentro dessas premissas, surge a implantação que se apresenta composta por 4 alas de 3 apartamentos, 3 das quais se orientam pragmaticamente alinhadas com seus respectivos recuos e testadas, uma vez que essas vistas são livres e recebem sol.

Essa lógica fortuitamente se quebra na fachada para a Rua Amazonas, onde a ala de apartamentos recua-se como um gesto para abrir um espaço triangular acomodando a praça do edifício, o lobby e todos os ambientes nobres voltados para o mesmo ponto focal.

Assim, cria-se um espaço democrático e convidativo, valorizam-se os equipamentos do edifício e atende-se, obviamente, ao programa de necessidades que pede uma praça com diâmetro de 8 metros.

Essa solução visa primordialmente a uma saudável relação entre o que é área privativa vendável e o que é área construída total conquistada por uma circulação horizontal extremamente enxuta.

O terreno possui uma vantagem em termos de insolação interessante pois sua esquina está apontada diretamente para o norte. Dessa forma nesse losango, uma vez que a implantação siga o formato do próprio terreno, não existirá fachada sul.
Todas as Fachadas serão nordeste, sudeste, noroeste e sudoeste, e todas as unidades terão seu turno de insolação, seja na parte da manhã ou da tarde.

Diferente de um monolito o projeto se apresenta como um prisma multifacetado. Suas fachadas não estão ativas apenas nas fachadas externas mas como uma fita moebus o empreendimento joga parte da vocação das desse conceito para átrios internos e reentrancias.
Dessa forma o objeto se comporta com vivacidade, trazendo novas facetas a cada ângulo de observação.

Como descrito no termo de referência, o plano é de existirem futuramente outros 3 empreendimentos fechando todo o quarteirão. O projeto não pretende impor nenhuma diretriz aos novos vizinhos, mas seria interessante que alguns parâmetros sejam universais aos futuros 4 empreendimentos:
Um jardim contínuo através do recuo, que já é obrigatório por lei, conectando todos os edifícios;
Edifícios com fachadas ativas que adotem a biofilia; Edíficios com térreos livres que aumentem a capilaridade do bairro;

A praça, além de se tornar um elemento reflexivo e parte da proposta artística e de memória do edifício através do espelho d’água que representa a renovação, também funciona com dois propósito distintos mas paralelos: Um recuo do edifício em relação a Rua Amazonas para fortalecer a percepção do seu jogo volumétrico;
Um espaço aglutinador entre os diversos elementos vizinhos do térreo: comércio, lobby, co-work e Salão de Festas.

Térreo

Um valor significativo do empreendimento é o rés-do-chão livre. Composto pela praça e pelo espaço comercial, exigidos pelo programa, e, logicamente, pela recepção do edifício, o térreo ainda é irrigado por espaços de uso comum.

Nesse sentido, julgamos oportuno estar presente no programa um espaço mais aberto ao público que vai além dos moradores. Trata-se do co-work e do salão de festas:

Co-work: além de poder ser uma fonte de renda extra ao edifício, pode ser um espaço para moradores receberem clientes e colaboradores sem inferir na privacidade e segurança do edifício;

Salão de festas: pelo mesmo motivo, um espaço onde a circulação e a presença maior de convidados não afeta a segurança e a organização do edifício.;

Afim de assegurar essa fluidez de usuários não moradores para a referida praça, criamos um pequeno atalho no térreo conectando as ruas Mato Grosso e Amazonas, tornando esses ambientes mais atraentes aos usuários.

Além de todos esses aspectos, para conferirmos mais nobreza a esse andar, seu pé-direito é diferenciado, com cerca de 4 metros livres.

Garagem

Para conseguirmos atender à demanda exigida pelo programa, a existência do subsolo se fez necessária.

Considerando que o subsolo é um andar mais privativo, silencioso e protegido em comparação ao térreo, optou-se por levar os boxes dos apartamentos para ele, além, logicamente, de uma boa demanda de vagas veiculares.

Para finalizar a contribuição do subsolo com o edifício, nele estão os reservatórios de águas pluviais coletadas pelos telhados da edificação.

Além da praça, do comércio e dos ambientes programáticos de interface externa, outro ponto importante a se observar é a solução encontrada para a garagem: com apenas uma entrada pela Rua Mato Grosso e uma saída pela Rua Amazonas, a solução de garagem apresenta interface mínima com a malha viária: toda a solução para acesso a andares superiores e inferiores está inscrita dentro da própria garagem em rampas binárias.

Além disso, o térreo da garagem serve também como um porte-cochere para serviços como delivery e transporte por aplicativo, por exemplo, tão necessários à sociedade atual.

Dessa forma, um morador do edifício consegue pegar um carro de aplicativo ou sua encomenda no lobby do prédio, onde motorista ou motoboy não atrapalham o trânsito da cidade, além de ficarem resguardados de chuva, por exemplo.

Vale ressaltar também que todas as vagas, mesmo com a permissão do edital para serem presas quando propriedade de uma mesma unidade, estão livres. Não existe vaga presa nesse empreendimento. Essa solução traz valorização para todas as unidades que se beneficiam, mas também, sobretudo, conforto aos usuários.

Para demarcar a perpetuidade de tão importante iniciativa, é necessário que esse edifício não só tenha arte, mas que ele seja arte em si, sendo sua parte inseparável.

Para isso, na tradição mais modernista brasileira e curitibana, optou-se por dois grandes momentos:
Pilares em W demarcando a esquina entre as ruas Goiás e Amazonas: para além de enfatizar o espaço comercial e criar um belo deck, celebrar pela estrutura do próprio edifício a iniciativa Weefor de organizar este concurso;

Murais de azulejo nos corredores internos do edifício (mas visíveis pela Rua Amazonas) explorando o tema da industrialização e da mudança e feitos por artista a ser ainda definido, caso esta proposta seja escolhida.
Assim, falamos sobre os temas principais que consideramos ser importante no reforço da mensagem: a idealização e a transformação.

Não ficando apenas na metáfora, mas trazendo literalmente uma fachada viva e em constante mutação, o projeto conforma-se em blocos distintos: flutua entre um ático de coroamento e um térreo livre, com suas lâminas habitadas por vegetação.

A crença na biofilia, além de trazer de volta o discurso de renovação, mutação e sobrevivência, valoriza o edifício e suas unidades.

Algumas das medidas sociambientais são práticas e diretas: captação de águas pluviais para reservatórios no subsolo, as quais podem ser utilizadas nos jardins do térreo; painéis de energia solar para alimentar as áreas de uso comum do edifício; painéis de aquecimento solar para a piscina de uso comum do ático.

Fora isso, algumas características do edifício podem não chamar a atenção à primeira vista, mas devem ser consideradas medidas socioambientais: bicicletário; conformação de um corta-caminho no térreo; apoio a transportes alternativos por meio do porte-cochere; biofilia, que transforma as fachadas do edifício, trazendo o verde para o dia-a-dia dos moradores e vizinhos do bairro.

Fora isso também é importante relembrar da previsão para carregadores de carros elétricos para todas as unidades com seus relógios individualizados.

Pavimento Garden +4.30

Pavimentos Tipo, Coberturas e Lazer

As unidades desenvolvidas partem de dois apartamentos seminais: o 2 quartos com suíte, com cerca de 70 m²; e o 3 quartos com suíte e lavabo, com cerca de 100 m².

O apartamento de 2 quartos caracteriza-se por duas variações, sendo uma mais ortogonal, e a outra com a cozinha e a sala em ângulo, o que confere certo charme à unidade, ao mesmo tempo em que o projeto aproveita-se do formato do terreno.

Independentemente da quantidade de quartos, essas unidades têm características comuns, o que proporciona maior padronização dos produtos e, consequentemente, melhor produção e venda.

Senão vejamos essas características:
Ambientes voltados para fora com vista livre (exceto banheiros);
Cozinhas americanas;
Gourmet com acesso independente pela sala e pela cozinha;
Ambientes com acesso à varanda;
Varandas com jardins suspensos, marcando a volumetria do edifício pela biofilia;

Além disso, logicamente, todas as demais exigências previstas em edital estão atendidas, entre as quais quartos com capacidade de acomodar camas queen size e banheiros de suíte com luz natural.

Partindo dessas tipologias seminais, surgem mais algumas variações necessárias à composição do programa:
3 apartamentos garden com suas varandas ampliadas;
6 coberturas duplex cujos quartos ficam no nível inferior, e, no nível superior, amplo espaço social com acesso direto pelo andar do rooftop.

O andar tipo consiste em todas as unidades serem voltadas para fora do terreno, de forma que nenhum apartamento tem sua vista prejudicada. Além disso, a posição das unidades segue a premissa do concurso de nunca paredes hidráulicas de uma unidade serem vizinhas a quartos da unidade seguinte.